A recomendação da Organização Mundial da Saúde ( OMS) desde 2015 é que, para maiores benefícios à saúde, o consumo diário de açúcar seja reduzido para 5% das calorias ingeridas por dia (ou cerca de 25g), devido ao grande aumento de doenças não transmissíveis (DCNT) em todo mundo. As doenças crônicas não transmissíveis são doenças multifatoriais que se desenvolvem no decorrer da vida e são de longa duração. Atualmente, são consideradas um sério problema de saúde pública, sendo as principais: doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas.

São também a principal causa de mortalidade, tendo sido responsáveis em 2012 por 38 dos 56 milhões de mortes em todo o mundo (68%). Mais de 40% dessas mortes (16 milhões) foram prematuras (isto é, antes os 70 anos de idade). Sendo que quase três quartos (28 milhões), e a maioria das mortes prematuras (82%), ocorreram em países de renda baixa ou média. Os fatores de risco modificáveis, tais como a má alimentação e a falta de exercício físico, estão entre as principais causas dessas doenças, além de serem,  também, fatores de risco para a obesidade, responsável por muitas das doenças não transmissíveis.

Outro benefício de se controlar a ingestão diária de açúcar é a diminuição das cáries dentárias. Por todos esses motivos esse é um assunto preocupante. O açúcar total consumido diariamente é composto pelo açúcar de mesa, o utilizado no preparo de refeições,  e pelo adicionado aos alimentos e bebidas industrializados, além do mel, xaropes e sucos de frutas com adição de açúcar. Boa parte dos açucares consumidos pela população brasileira está “escondido” em alimentos processados, como refeições prontas, temperos, sucos industrializados e refrigerantes (a quantidade contida nesses alimentos deve estar declarada nos rótulos, com linguagem clara e acessível para todos).

Já o açúcar presente nas frutas, verduras, legumes e leite fresco não devem ser computado nesta restrição. O consumo destes alimentos in natura deve ser promovido e estimulado, para toda a população e em todas as faixas etárias. Além da orientação geral de limitação do consumo diário de açúcar, em todas as fases da vida, a OMS sugere o desenvolvimento de ações educativas,  que conscientizem os consumidores para que estes façam escolhas mais saudáveis, e também a  regulação da propaganda e da comercialização dos alimentos e bebidas não-alcóolicas, com alto teor de açúcar livre.

Portanto, cada um pode fazer a sua parte, e todos devemos reduzir o consumo de açúcar!!!!

Paula Caiscais, Nutricionista do Centron ( perfil )